VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Chega tarde do boteco.

Chuta o pau da barraca.

Chama a patroa de vaca.

Pra ele, isso é normal.

As crianças se escondem.

Choram, ficam com medo.

Pra elas, não é segredo,

Que o pai é um animal!

A esposa desconsolada,

Fica muito deprimida;

Lamenta passar a vida

Ao lado dum canalha.

Trabalha feita escrava.

Encara tudo o que vier.

É heroína essa mulher;

Merecia uma medalha!

O patife, no entanto,

É um sujeito metido.

Na verdade, um bandido,

Que ao que tem não dá valor.

Não sabe o que é carinho.

Desconhece a afeição.

Inimigo é da gratidão.

Especialista em causar dor.

Os familiares do biltre

Têm vontade de fugir.

Mas não têm pra onde ir –

É penosa a situação!

É triste ver esse ordálio:

Uma família sem alegria,

Por conta da covardia,

Dum homem sem coração!

Vadevino Rodrigues
Enviado por Vadevino Rodrigues em 23/06/2008
Código do texto: T1047800
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