VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Chega tarde do boteco.
Chuta o pau da barraca.
Chama a patroa de vaca.
Pra ele, isso é normal.
As crianças se escondem.
Choram, ficam com medo.
Pra elas, não é segredo,
Que o pai é um animal!
A esposa desconsolada,
Fica muito deprimida;
Lamenta passar a vida
Ao lado dum canalha.
Trabalha feita escrava.
Encara tudo o que vier.
É heroína essa mulher;
Merecia uma medalha!
O patife, no entanto,
É um sujeito metido.
Na verdade, um bandido,
Que ao que tem não dá valor.
Não sabe o que é carinho.
Desconhece a afeição.
Inimigo é da gratidão.
Especialista em causar dor.
Os familiares do biltre
Têm vontade de fugir.
Mas não têm pra onde ir –
É penosa a situação!
É triste ver esse ordálio:
Uma família sem alegria,
Por conta da covardia,
Dum homem sem coração!