Não Há de Morrer

Querem calar minha voz.

Querem emudecer meu cantar.

Querem que eu pare de escrever

Que a poesia na minha vida venha a morrer.

Mas se rasgarem meus versos

Eu rimarei no meu coração.

Mesmo que queimem todo papel,

Escreverei no ar meu cordel.

Se da minha pena a tinta se secar

Com sangue as letras mais belas irei rabiscar.

Querem que minha inspiração se finde

Que nunca mais eu rime

Nunca mais venha na poesia me refletir.

Mas mesmo que me falte a poesia,

As letras serão minha alegria.

Não hão de escurecer meus olhos,

Não hão de vencer meu dom

Não poderão extinguir o que tenho no coração.

Pode ser que não haja mais livros,

Não venham existir mais letras,

Mesmo assim na ponta dos meus dedos

Eternizarão-se poemas belos,

Os de amor que sempre escrevi,

Os que estão no coração,

Onde ninguém pode alcançar,

Nem a morte há de apagar,

Pois levarei comigo o que de bom grado aprendi:

A poesia que na infância amei,

Os versos que escutei,

Os bons sonetos que li,

Os livros que reli.

E que pra sempre vão comigo ao porvir.