FAZER POÉTICO

Resumir-se aos sentidos físicos

– visão, audição...

É não habilitar-se ao fazer poético

Do qual imune não se encontra

O homem das poesias

Resumir-se aos sentidos físicos

É excluir-se do pulsar vibrante

Da sonoridade retumbante

Que flui de um coração em pleno êxtase

Sinto aguçados meus sentidos

Atentos, os ouvidos

“Olhos” que se estendem

A dimensões extraterrenas

Eis então o fazer poético

Em pleno exercício

A força de uma busca infinita

A extensão do imaginário

A conquista de espaços longínquos

É preciso olhar

É preciso ouvir

Cheirar, sim...

Sentir também

Mas não como olha,

Ouve, cheira,

Sente

Os sentidos das gentes

Que não podem enxergar

A poesia está aí,

Aqui

E acolá

Cabe a mim

E a ti

Saber vê-la

Sentir e apreciá-la

E achará lugar perfeito

Leito sem defeito

Onde possa descansar

E ao abrir-se o dia em flor

Cantará ela a vida

Como música de amor

Pra que a alma refletir

Pensar, sonhar, sorrir

E o mundo será sempre bem melhor!