A lida de meus dias

A lida com que lido todos os meus dias faz-me rever o senso de ter, pleno de desejos e anseios enxergo que como cego caminho sem rumo junto ao abismo chamado Terra.

Desprendemo-nos dos valores primários do ser para deixar de ser o que seriamos não apenas como seres, mas como semelhantes.

O cotidiano e os horrores tem desmembrado os membros desse corpo que deveria ser humano e humanitário.

Tento então recordar que em gestos isolados temos desolado essa falta de generosidade que nos tem atormentado em momentos específicos.

A lida com que lido em meu dia-a-dia é uma solitude, é individual.

A lida que vivo é o desprendimento do que me prende e me leva a me ater.

Que não seja assim sempre

Que assim não seja

A lida com que lido pode não sobreviver, pode me consumir.