A festa da poesia

eu fui na festa da alegria

onde a falsidade entrou sem convite

embrenhando-se nas tranças compridas das moças

e se um sorriso atravessava meu caminho

minha dor atropelava

resolvi subir a escada

amidirar a paisagem oferecida de cima

vi celeiros e vi estradas

vi na escuridão das matas uma possivel morada

uma cena de felicidade,

morou em minha cabeça por segundos

meus pés em sigilo mexiam-se a cada instante

ouvindo uma bossa nova tocar

"carta ao tom"

e que ótimo som ecoava ali

todos a balançar os meus olhos

todos a remoer os meus medos

sem perceber, preenchendo

"é preciso acabar com a tristeza e inventar de novo o amor"

e se vinicius reclamar com diplomacia

reclamo eu agora com rebeldia

tendo tanto amor o quanto ele tinha no coração

fazendo da poesia e da rebeldia

morada de seres comuns

livres de posse

e de orgulho

simplesmente poeta

sem medo do que diz ou escreve

sem medo da dor ou da miséria

da angústia

da solidão

e com a certeza do sucesso

sem precedentes

rdeorristt
Enviado por rdeorristt em 15/06/2008
Reeditado em 11/08/2008
Código do texto: T1034895
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