Sulco de doce suco

Um sulco na selva,

na relva,

me transporta ao amanhecer

da noite.

Dois rios fluem

por aromáticas paredes,

rubras

como a polpa da melancia.

Suas águas

são quentes e doces.

Meu proejar,

eterno por seus segundos.

Sagrados segundos

de borboleta!

Vida inteira

de tartaruga!

Ora adentro,

ora afora.

Tanto habito

como tanto fujo,

indo e vindo

quando quero

vir e ir.

Horas dentro,

horas fora.

Dessas horas dentro,

quero o dia todo.

Horas dentro,

horas fora.

Desses dias, todos,

pela vida afora.

Fá Gonçalves
Enviado por Fá Gonçalves em 26/05/2008
Reeditado em 09/12/2012
Código do texto: T1005480
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