Sulco de doce suco
Um sulco na selva,
na relva,
me transporta ao amanhecer
da noite.
Dois rios fluem
por aromáticas paredes,
rubras
como a polpa da melancia.
Suas águas
são quentes e doces.
Meu proejar,
eterno por seus segundos.
Sagrados segundos
de borboleta!
Vida inteira
de tartaruga!
Ora adentro,
ora afora.
Tanto habito
como tanto fujo,
indo e vindo
quando quero
vir e ir.
Horas dentro,
horas fora.
Dessas horas dentro,
quero o dia todo.
Horas dentro,
horas fora.
Desses dias, todos,
pela vida afora.