Sem verbos

Na instância da estagnação,

O desmobilizado respirante,

Mesmo com o fôlego corrente

Defronte à surpreendente imagem

No eixo do contemplativo,

Externamente a paralisia

Na explosiva e rotativa mente

Sobre o que as janelas oculares

Em reflexo do esplendioso azul,

Extrato da causa e razão

O algodão ao longe

Distante ao alto, bem alto

Na pintura do quadro

Longos anos de admiração

Ao existente e expansivo

De tons e tons significantes

Uma observação do belo e simples

Que de simples, complexidade

Capacidade em imensidão,

De sons, e sons extremecedores

Por um momento,

Sem palavras,

Sem ação,

Sem o verbo,

A verbalização desse céu.