As Fronteiras do Sul

Nas coxilhas amplas, em campos sem fim,

Há uma linha sutil que separa e afim.

Um traço invisível, mas forte e presente,

Que marca o sul como um elo potente.

Não é muro de pedra nem cerco fechado,

É um laço que une o passado ao legado.

Gaúchos e hermanos, de mate na mão,

Dividem o pampa, partilham o chão.

No acorde da gaita, no passo do fandango,

Se embala a história num canto franco.

A fronteira é laço, não fardo ou barreira,

Onde o sul se mistura, terra altaneira.

Na peleia antiga, se moldou a irmandade,

Com bravura e respeito, ergue-se a liberdade.

Aqui o espanhol e o português se encontram,

E a cultura dos povos, unida, se aprontam.

O chimarrão e o churrasco repartido,

São prova do afeto de um povo unido.

Na linha invisível, traçada no chão,

Pulsa o coração de uma só nação.

E assim segue o sul, firme e inteiro,

Guardando as histórias do povo guerreiro.

Na fronteira aberta, a tradição é sinal

De que somos todos parte desse solo igual.

Thiago Sasso
Enviado por Thiago Sasso em 28/10/2024
Código do texto: T8183995
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