As Fronteiras do Sul
Nas coxilhas amplas, em campos sem fim,
Há uma linha sutil que separa e afim.
Um traço invisível, mas forte e presente,
Que marca o sul como um elo potente.
Não é muro de pedra nem cerco fechado,
É um laço que une o passado ao legado.
Gaúchos e hermanos, de mate na mão,
Dividem o pampa, partilham o chão.
No acorde da gaita, no passo do fandango,
Se embala a história num canto franco.
A fronteira é laço, não fardo ou barreira,
Onde o sul se mistura, terra altaneira.
Na peleia antiga, se moldou a irmandade,
Com bravura e respeito, ergue-se a liberdade.
Aqui o espanhol e o português se encontram,
E a cultura dos povos, unida, se aprontam.
O chimarrão e o churrasco repartido,
São prova do afeto de um povo unido.
Na linha invisível, traçada no chão,
Pulsa o coração de uma só nação.
E assim segue o sul, firme e inteiro,
Guardando as histórias do povo guerreiro.
Na fronteira aberta, a tradição é sinal
De que somos todos parte desse solo igual.