O Chiar da Churrasqueira
Na manhã de domingo, o fogo é aceso,
Com lenha escolhida, o calor é preso.
No galpão, a fumaça dança ligeira,
É dia de festa, o chiar da churrasqueira.
O gaúcho, de faca firme na mão,
Corta o vazio, tempera o coração.
Cada pedaço tem sua história,
No aço que corta, o sabor e a memória.
A carne estala, o fogo estremece,
É o braseiro ardente que nunca esquece.
O aroma se espalha, invade o rincão,
Une famílias, amigos, irmão com irmão.
Enquanto assa, o mate é passado,
Rodando de mão em mão, bem-cebado.
Os risos ecoam, o tempo descansa,
Entre carnes e causos, a vida se lança.
O fogo consome, a carne dourada,
Sabor e tradição, essência guardada.
No churrasco gaúcho, um rito sagrado,
Onde o pampa é mesa e o campo é legado.
Quando a primeira fatia é servida,
É o gosto da terra, é o sabor da vida.
E o gaúcho agradece, honrando o costado,
Pelo pão repartido e o fogo amansado.