O Grito do Quero-Quero

No vasto pampa, silêncio ressoa,

Onde o vento minuano sua história entoa.

Em meio ao campo, altivo e sincero,

Ergue seu grito o velho quero-quero.

Sentinela das coxilhas, guarda atento,

A ave sagrada do nosso firmamento.

Seu canto ecoa, destemido brado,

Protege o rincão, o chão consagrado.

Das manhãs frias ao calor do sol poente,

O quero-quero vigia, sereno e valente.

Com olhos de fogo, faro aguçado,

Ele conhece o pampa, seu campo sagrado.

É mais que uma ave, é parte do chão,

Sabe dos passos que sulcam o rincão.

Avisa ao peão, ao gado e ao estradeiro,

Que o campo é seu lar, seu campo inteiro.

E assim, no pampa, o gaúcho caminha,

Guiado ao longe por essa ave mesquinha,

Que, em seu brado, cuida e alerta,

Do seu chão gaudério, da sua querência aberta.

Thiago Sasso
Enviado por Thiago Sasso em 28/10/2024
Código do texto: T8183985
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.