O Tempo e a Sabedoria do Gaúcho

No compasso lento do pampa sereno,

Onde o sol desponta e finda sem pressa,

O gaúcho aprende o valor do terreno,

Que ensina no silêncio, mas nunca regressa.

Viu a pele marcar o traço do tempo,

No rosto curtido e na mão calejada,

É sábio quem sente no sopro do vento,

As histórias antigas, guardadas na estrada.

Cada ruga é um mapa de velhos caminhos,

Cada passo é um eco de tempos vividos,

Na alma carrega os conselhos, os ninhos,

De tantos que antes plantaram sentidos.

Sabe que o mundo se rende à mudança,

Que a vida é um ciclo de idas e voltas,

Mas guarda consigo, como uma aliança,

A verdade simples que o campo escolta.

Pois não é no grito que a força se cria,

Nem no ouro que o valor se sustenta,

É no mate amargo, na paz do dia a dia,

Que o velho gaúcho a existência alimenta.

Tempo e gaúcho caminham de mão,

Na lida, no fogo, na noite estrelada,

E quem busca entender a razão do rincão,

Descobre no tempo a vida ensinada.

Thiago Sasso
Enviado por Thiago Sasso em 27/10/2024
Código do texto: T8183182
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