A Jornada da Tosquia
No pampa, a manhã se abre com o sol a espiar,
E o gaúcho, cedo em pé, começa a trabalhar.
Entre ovelhas e cordeiros, vai seguindo a lida franca,
Nas estâncias vastas e calmas, onde o vento nunca estanca.
A tosquia é rito antigo, que se faz com precisão,
Cada lã que se retira traz história e tradição.
As mãos calejadas seguem, com destreza e cuidado,
Pois o gaúcho sabe bem: cada fio é resultado.
Ovelhas se espalham mansas pelos campos a pastar,
O gaúcho as reúne com o laço e o olhar.
Com respeito à natureza, vai levando o seu ofício,
Pois no campo, o tempo ensina que o trabalho é sacrifício.
No tosco galpão de madeira, o chão se cobre de lã,
Enquanto o gaúcho se move, com calma e alma sã.
A tesoura corta leve, em um ritmo conhecido,
Cada toque na ovelha é de cuidado e de sentido.
O rebanho cresce forte, na planície a prosperar,
E o gaúcho, sempre atento, sabe o que deve cuidar.
É o guardião do pampa, das ovelhas e do chão,
Cada tosquia, um gesto de orgulho e devoção.
O couro, a carne, a lã — tudo é fruto de valor,
E o gaúcho agradecido rende à terra o seu amor.
A tosquia não é só lida, é parte da tradição,
Que nas mãos desse homem, vive em cada geração.
Enquanto o vento sopra, pelas coxilhas a vagar,
O gaúcho, junto ao cordeiro, segue a vida a celebrar.
Pois no pampa, o ciclo é eterno, do nascer ao pôr-do-sol,
E o gaúcho, com seu gado, é parte desse entardecer.
Assim, segue a rotina, que de simples não tem nada,
Na estância ovelheira, a vida é sempre bem cuidada.
O gaúcho e o cordeiro, num laço de irmandade,
São parte de um pampa vasto, que guarda toda a verdade.