A Jornada da Tosquia

No pampa, a manhã se abre com o sol a espiar,

E o gaúcho, cedo em pé, começa a trabalhar.

Entre ovelhas e cordeiros, vai seguindo a lida franca,

Nas estâncias vastas e calmas, onde o vento nunca estanca.

A tosquia é rito antigo, que se faz com precisão,

Cada lã que se retira traz história e tradição.

As mãos calejadas seguem, com destreza e cuidado,

Pois o gaúcho sabe bem: cada fio é resultado.

Ovelhas se espalham mansas pelos campos a pastar,

O gaúcho as reúne com o laço e o olhar.

Com respeito à natureza, vai levando o seu ofício,

Pois no campo, o tempo ensina que o trabalho é sacrifício.

No tosco galpão de madeira, o chão se cobre de lã,

Enquanto o gaúcho se move, com calma e alma sã.

A tesoura corta leve, em um ritmo conhecido,

Cada toque na ovelha é de cuidado e de sentido.

O rebanho cresce forte, na planície a prosperar,

E o gaúcho, sempre atento, sabe o que deve cuidar.

É o guardião do pampa, das ovelhas e do chão,

Cada tosquia, um gesto de orgulho e devoção.

O couro, a carne, a lã — tudo é fruto de valor,

E o gaúcho agradecido rende à terra o seu amor.

A tosquia não é só lida, é parte da tradição,

Que nas mãos desse homem, vive em cada geração.

Enquanto o vento sopra, pelas coxilhas a vagar,

O gaúcho, junto ao cordeiro, segue a vida a celebrar.

Pois no pampa, o ciclo é eterno, do nascer ao pôr-do-sol,

E o gaúcho, com seu gado, é parte desse entardecer.

Assim, segue a rotina, que de simples não tem nada,

Na estância ovelheira, a vida é sempre bem cuidada.

O gaúcho e o cordeiro, num laço de irmandade,

São parte de um pampa vasto, que guarda toda a verdade.

Thiago Sasso
Enviado por Thiago Sasso em 24/10/2024
Código do texto: T8180919
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.