O Luar sobre as Coxilhas

No silêncio das coxilhas, o luar desponta sereno,

Derramando prata leve sobre o pampa tão ameno.

É a lua que guia o passo do gaúcho solitário,

No imenso campo aberto, guardião do imaginário.

As estrelas bordam o céu, cintilando em devoção,

Enquanto o vento minuano canta em suave canção.

Cada sopro é um segredo, murmúrio da natureza,

Que o gaúcho escuta atento, na sua pura grandeza.

O cavalo pisa manso, respeitando o chão sagrado,

E o gaúcho, de olhar distante, segue seu rumo marcado.

Na alma, o eco das lidas, no peito, um mundo sem fim,

Mas é o luar que o abraça, no abraço que não tem fim.

As sombras dançam nas coxilhas, companheiras da solidão,

E a lua, firme no alto, ilumina o coração.

Ela traz a paz serena, refletindo o céu sem pressa,

Onde cada brilho leve guarda a vida que interessa.

É ali, sob o luar profundo, que a poesia ganha vida,

No compasso do silêncio, a alma do campo é ouvida.

E o gaúcho, que é parte da noite e de seu encanto,

Escreve versos no vento, com o lume e o seu manto.

O luar sobre as coxilhas é o sonho a cavalgar,

Guiando o homem e a terra, no eterno caminhar.

Pois o pampa é feito de luz, de sombra e de canção,

E o gaúcho é filho do vento, livre na imensidão.

Que siga o luar brilhando, sobre as vastas campinas,

Testemunha das histórias que o pampa sempre ensina.

Enquanto houver uma lua a banhar as coxilhas em cor,

Haverá sempre um gaúcho, guardando o campo em amor.

Thiago Sasso
Enviado por Thiago Sasso em 24/10/2024
Código do texto: T8180909
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