O Luar sobre as Coxilhas
No silêncio das coxilhas, o luar desponta sereno,
Derramando prata leve sobre o pampa tão ameno.
É a lua que guia o passo do gaúcho solitário,
No imenso campo aberto, guardião do imaginário.
As estrelas bordam o céu, cintilando em devoção,
Enquanto o vento minuano canta em suave canção.
Cada sopro é um segredo, murmúrio da natureza,
Que o gaúcho escuta atento, na sua pura grandeza.
O cavalo pisa manso, respeitando o chão sagrado,
E o gaúcho, de olhar distante, segue seu rumo marcado.
Na alma, o eco das lidas, no peito, um mundo sem fim,
Mas é o luar que o abraça, no abraço que não tem fim.
As sombras dançam nas coxilhas, companheiras da solidão,
E a lua, firme no alto, ilumina o coração.
Ela traz a paz serena, refletindo o céu sem pressa,
Onde cada brilho leve guarda a vida que interessa.
É ali, sob o luar profundo, que a poesia ganha vida,
No compasso do silêncio, a alma do campo é ouvida.
E o gaúcho, que é parte da noite e de seu encanto,
Escreve versos no vento, com o lume e o seu manto.
O luar sobre as coxilhas é o sonho a cavalgar,
Guiando o homem e a terra, no eterno caminhar.
Pois o pampa é feito de luz, de sombra e de canção,
E o gaúcho é filho do vento, livre na imensidão.
Que siga o luar brilhando, sobre as vastas campinas,
Testemunha das histórias que o pampa sempre ensina.
Enquanto houver uma lua a banhar as coxilhas em cor,
Haverá sempre um gaúcho, guardando o campo em amor.