O Som da Gaita e da Milonga
No pampa, que é vasto e sem fim,
Canta a gaita, num sopro a fluir assim.
É o som que embala as tardes serenas,
Milonga que ecoa nas coxilhas pequenas.
Cada nota, um pedaço de chão,
Vaneira que vibra o coração.
No compasso lento ou no galope forte,
A música do pampa é o destino e a sorte.
A gaita, velha companheira de guerra,
Sabe as histórias do gaúcho e da terra.
Nas cordas da milonga, o tempo se perde,
E o gaúcho se encontra, nos campos verdejantes e na alma que ferve.
Os dedos dançam nas teclas ligeiras,
Enquanto o vento sopra nas manhãs campeiras.
Ressoa a tradição, viva e forte,
Nas trovas do pampa, que nunca se aborte.
Há um canto nos olhos, há um ritmo nos pés,
E a gaita carrega as memórias fiéis.
De fandangos e festas, de ranchos e estâncias,
A música é a alma, em doces fragrâncias.
Seja no laço, no baile ou na lida,
A música gaúcha embala a vida.
O som da gaita e da milonga é raiz,
No coração do gaúcho, a música sempre diz:
Que o pampa respira o som da tradição,
E cada acorde é parte da imensidão.
No compasso da gaita, o pampa se expande,
E a alma gaúcha, em cada nota, se expande.