Onde o Estranho Vira Amigo
No rincão de céu aberto, entre o mate e o cantar,
Há um povo que recebe, com sorriso a iluminar.
O gaúcho, de alma franca, não se nega a acolher,
Quem cruza seus horizontes, vem pro fogo aquecer.
Na chaleira fervilhante, o chimarrão é servido,
Roda o mate, roda a história, e o estranho vira amigo.
No abraço do vento forte, no calor do fogo de chão,
Brota a amizade sincera, sem precisar de razão.
Seja pobre ou abastado, quem chega é bem-vindo,
Tem um prato sempre cheio e um olhar compreensivo.
É o jeito dessa gente, de coração grandioso,
Que partilha o que tem, com orgulho valoroso.
No galpão de portas largas, a mesa é sempre farta,
Há lugar para quem chega, e a conversa não se aparta.
Do pampa à serra, o gesto é igual em todo canto,
Na hospitalidade gaúcha, mora o amor e o encanto.
Que fique o vento a soprar, levando pelos rincões,
O carinho desse povo, que acolhe de gerações.
Seja um amigo ou estranho, quem por aqui passar,
Na terra dos pampas, sempre terá onde pousar.