Boitatá, Guardião do Pampa
Nas noites escuras do vasto rincão,
Corre uma lenda que o pampa conhece,
Uma serpente de fogo em explosão,
Que as matas e rios com fúria protege.
Boitatá é seu nome, guardião destemido,
Que vaga na noite, em brasa e calor,
Protege a natureza, seu reino querido,
Punindo quem traz destruição e dor.
Se a chama do campo o homem ascender,
Por ganância ou desleixo, sem se importar,
O Boitatá, com seus olhos de fogo a arder,
Virá para a justiça no campo cobrar.
Serpente de luz, labareda que dança,
Tua ira se acende na noite estrelada,
És mito e verdade, és sombra e lembrança,
A voz do pampa, de alma encantada.
Quem respeita a terra, ao Boitatá honra,
Pois sabe que o fogo é seu dom e seu lar,
Mas quem se atreve a ofender o rincão,
Cairá sob o fogo, que não vai apagar.
Assim segue a lenda, entre o povo que crê,
No guardião da planície, de chama feroz,
Boitatá, no silêncio, observa quem é,
Que cuida ou destrói, levando sua voz.