A Lenda do Negrinho do Pastoreio
Nos pampas do Sul, sob o céu estrelado,
Vive a lenda de um menino esquecido,
Negrinho do Pastoreio, alma de luz,
Que sofreu na terra, mas nunca vencido.
Nas mãos do senhor, açoite e dor,
Por perder o gado em noite sombria,
Mas o menino, de coração puro,
Carregava esperança, mesmo na agonia.
Os campos imensos, em silêncio guardavam,
A tropa perdida, sua última missão,
E Negrinho, com fé, caminhava sozinho,
Seu olhar refletia paz e devoção.
O chicote cruel marcou sua pele,
Mas sua alma seguia firme e serena,
Pois a Virgem Maria, em manto sagrado,
Cuidava do menino com graça plena.
No fim da jornada, cavalo e boiada,
Surgiram no campo, como num milagre,
E Negrinho, em paz, ao céu foi levado,
Deixando na terra um brilho que arde.
Hoje, quem perde nas trilhas da vida,
Procura por Negrinho, com fé verdadeira,
E no campo florido, uma vela acendida,
Traz de volta a esperança primeira.
Guardião dos perdidos, pastor dos esquecidos,
A lenda ressoa pelos rincões do Sul,
Negrinho do Pastoreio, menino sofrido,
Que virou luz nas noites de céu azul.