Na Roda de Mate

No silêncio do campo, à luz do alvorecer,

Surge o ritual antigo, que aquece o viver,

É o chimarrão, verde, quente e forte,

Companheiro leal na vida e na morte.

Na roda de mate, a tradição é sagrada,

Um círculo de amigos, a prosa entrelaçada,

O mate passa de mão em mão,

Compartilhando histórias, sem pressa, sem pressão.

Bomba de prata, cuia entalhada,

O sabor amargo da erva, bem cevada,

Na fumaça que sobe, vão os sonhos do gaúcho,

Que carrega no peito um pedaço do pampa e o capricho.

Não há pressa, nem relógio que se apresse,

O chimarrão é tempo, é pausa que enobrece,

Na roda, a igualdade se faz presente,

Sem distinção, o mate é de toda gente.

Ali se estreitam laços, se vive a irmandade,

O chimarrão partilhado traz paz e amizade,

E assim, no silêncio que o campo invade,

O gaúcho encontra a alma e a sua identidade.

Porque o mate não é só bebida, é comunhão,

É o rito que une, é nossa tradição,

E em cada gole, um brinde ao velho rincão,

Terra de heróis e de mate, o meu Rio Grande, meu chão.

Thiago Sasso
Enviado por Thiago Sasso em 15/10/2024
Código do texto: T8173966
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