Na Roda de Mate
No silêncio do campo, à luz do alvorecer,
Surge o ritual antigo, que aquece o viver,
É o chimarrão, verde, quente e forte,
Companheiro leal na vida e na morte.
Na roda de mate, a tradição é sagrada,
Um círculo de amigos, a prosa entrelaçada,
O mate passa de mão em mão,
Compartilhando histórias, sem pressa, sem pressão.
Bomba de prata, cuia entalhada,
O sabor amargo da erva, bem cevada,
Na fumaça que sobe, vão os sonhos do gaúcho,
Que carrega no peito um pedaço do pampa e o capricho.
Não há pressa, nem relógio que se apresse,
O chimarrão é tempo, é pausa que enobrece,
Na roda, a igualdade se faz presente,
Sem distinção, o mate é de toda gente.
Ali se estreitam laços, se vive a irmandade,
O chimarrão partilhado traz paz e amizade,
E assim, no silêncio que o campo invade,
O gaúcho encontra a alma e a sua identidade.
Porque o mate não é só bebida, é comunhão,
É o rito que une, é nossa tradição,
E em cada gole, um brinde ao velho rincão,
Terra de heróis e de mate, o meu Rio Grande, meu chão.