Crioulo, Alma e Lida
Cavalo Crioulo, de porte altaneiro,
Em teu trote firme, carrego a saudade,
És mais que um bicho, és companheiro,
Levas na crina a essência da liberdade.
Dos campos do sul és filho e senhor,
Tua resistência é o orgulho do pago,
Foste forjado na lida e no labor,
Entre cerros e coxilhas, no frio e no afago.
És o parceiro fiel de longa jornada,
No laço e na doma, na sombra e no sol,
Desde as primeiras luzes da alvorada,
Até o ocaso, sob o céu em arrebol.
Nos rodeios, és força que brilha,
Nos tiros de laço, és precisão,
Em ti confio, de rédea ou espora,
Pois juntos peleamos na imensidão.
Tua raça é pura, de linhagem antiga,
Pelo forte e denso, de um dourado intenso,
No compasso do campo, és alma amiga,
Tens a destreza que o gaúcho pensa.
E quando a manhã nasce fria e serena,
Lá estás tu, ao meu lado, leal,
Guardando as tradições que a história acena,
Mantendo viva a herança ancestral.
És mais que um símbolo, és o orgulho sulista,
Cavalo Crioulo, de fibra e paixão,
Em teu galope, a alma gaúcha persiste,
Nos campos, és sangue, raiz e razão.
E ao te ver correr, solto nas pastagens,
Sinto o Rio Grande pulsar no teu peito,
Pois és o alicerce das nossas paisagens,
Crioulo, levo-te comigo, de qualquer jeito.