Gaúchos Sem Fronteiras

Deixaram o pago, rumo a outras querências,

Com o coração sulista e os pés no desconhecido,

Gaúchos de fibra, em busca de novas presenças,

Levando o sul em cada gesto e sentido.

Cruzaram montanhas, avançaram estradas,

Levaram o mate, o poncho e a fé,

No peito, o Rio Grande, suas lutas e jornadas,

Ergueram fronteiras, ergueram o que é.

No peito levavam a saudade campeira,

Do vento minuano, das coxilhas nativas,

Mas plantaram raízes em terras estranhas,

E nos rincões distantes, semearam vidas.

Desbravaram o Centro, o Norte e o Oeste,

Em cada pedaço, uma estampa sem par,

Os gaúchos seguiram, com força celeste,

Pra onde o Brasil os quis chamar.

Em Mato Grosso, no Goiás e além,

Firmaram os alicerces, ergueram os laços,

Misturaram a tradição com o que lá vem,

E nas novas terras, plantaram seus passos.

Mas o coração nunca esquece o seu pago,

O mate amargo, a terra distante,

Pois um gaúcho é sempre um laço atado,

À querência que fica, na vida errante.

Hoje, espalhados, são mais que migração,

São força e história, são luta e coragem,

São filhos do sul, em qualquer região,

Onde vão, deixam a marca e a paisagem.

E quando o sol se põe, distante no horizonte,

Sonham com o pago que um dia deixaram,

Pois no coração há sempre um monte,

E o Rio Grande que neles jamais se apartaram.

Thiago Sasso
Enviado por Thiago Sasso em 13/10/2024
Código do texto: T8172621
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