Gaúchos Sem Fronteiras
Deixaram o pago, rumo a outras querências,
Com o coração sulista e os pés no desconhecido,
Gaúchos de fibra, em busca de novas presenças,
Levando o sul em cada gesto e sentido.
Cruzaram montanhas, avançaram estradas,
Levaram o mate, o poncho e a fé,
No peito, o Rio Grande, suas lutas e jornadas,
Ergueram fronteiras, ergueram o que é.
No peito levavam a saudade campeira,
Do vento minuano, das coxilhas nativas,
Mas plantaram raízes em terras estranhas,
E nos rincões distantes, semearam vidas.
Desbravaram o Centro, o Norte e o Oeste,
Em cada pedaço, uma estampa sem par,
Os gaúchos seguiram, com força celeste,
Pra onde o Brasil os quis chamar.
Em Mato Grosso, no Goiás e além,
Firmaram os alicerces, ergueram os laços,
Misturaram a tradição com o que lá vem,
E nas novas terras, plantaram seus passos.
Mas o coração nunca esquece o seu pago,
O mate amargo, a terra distante,
Pois um gaúcho é sempre um laço atado,
À querência que fica, na vida errante.
Hoje, espalhados, são mais que migração,
São força e história, são luta e coragem,
São filhos do sul, em qualquer região,
Onde vão, deixam a marca e a paisagem.
E quando o sol se põe, distante no horizonte,
Sonham com o pago que um dia deixaram,
Pois no coração há sempre um monte,
E o Rio Grande que neles jamais se apartaram.