Sete Povos das Missões

Nos campos vastos do Sul, erguem-se memórias,

dos Sete Povos, na história enraizados,

missões de fé, de luta e esperança,

onde Guaranis e jesuítas foram lado a lado.

São Borja, a primeira, de solo sagrado,

onde o sino ecoava em prece e união,

Santo Ângelo, de mártires e canções,

um povo que abraçava a fé, o campo e o chão.

São Miguel, erguendo templos ao céu,

pedras que ainda hoje contam histórias antigas,

onde os Guaranis aprenderam a viver,

cultivando o solo e os sonhos, em vidas amigas.

São Nicolau, de braços abertos ao viajante,

terra de cultura e tradições que perduram,

São Lourenço, a aldeia na beira do rio,

onde os cantos ecoavam, enquanto as mãos trabalhavam seguras.

São Luiz Gonzaga, guardião da esperança,

onde o povo resistia com bravura e ardor,

São João Batista, que o tempo levou,

mas sua essência, nos campos, ainda vive em flor.

Sete Povos, sete nações do Sul,

que enfrentaram o tempo, o vento, a solidão,

suas ruínas guardam o espírito do povo,

que floresce, orgulhoso, na alma do rincão.

Por cada pedra, por cada canto,

por cada lembrança que o passado deixou,

os Sete Povos vivem, nas Missões eternas,

na história do Rio Grande, no coração que pulsou.

A poesia Sete Povos das Missões celebra a história e a cultura dos Sete Povos das Missões, uma série de aldeias fundadas pelos jesuítas no Rio Grande do Sul, onde os povos Guaranis e missionários espanhóis conviviam em busca de um modo de vida integrado e pacífico. Através dos versos, o poema homenageia cada uma das sete missões — São Borja, Santo Ângelo, São Miguel, São Nicolau, São Lourenço, São Luiz Gonzaga e São João Batista — destacando suas particularidades e seu papel na construção da história gaúcha.

Os Sete Povos das Missões representam um legado de fé, resistência e cultura que transcendeu os séculos, refletindo a rica herança indígena e missioneira do estado. A poesia explora como, mesmo com o tempo e a destruição de algumas das aldeias, a essência dos Sete Povos ainda vive, tanto nas ruínas quanto na memória e identidade do povo gaúcho. Ela evoca o espírito de união e a força cultural que esses povos representam, celebrando a resistência e a contribuição dos Guaranis e dos jesuítas para a história do Rio Grande do Sul.