Pescador do Rio Uruguai

Nas margens do grande Uruguai sereno,

onde as águas sussurram histórias do mar,

o gaúcho lança a rede e, em silêncio ameno,

busca no rio o que a terra não dá.

No remo que corta as águas frias,

o pescador segue seu velho ritual,

com olhos atentos e mãos sombrias,

espera o peixe, seu ganho leal.

O vento sopra a canção da corrente,

que embala o barco e acalma o olhar,

pois no rio, o gaúcho é valente,

comunga com a água e sabe esperar.

E ao pôr do sol, sua sombra se alonga,

na rede que pesa, o fruto se vê,

é a vida que o rio, bondoso, prolonga,

a cada manhã, a cada maré.

Pois o gaúcho que vive do rio tem fé,

que o Uruguai há de sempre prover,

e na linha que lança, o seu sonho se ergue,

pois na pesca, o gaúcho renasce ao viver.