lida de campo

por minha vida campesina

bom Deus me deu por regalo

um cantar xucro campeiro

e o gosto pelos cavalo

me temperando as lembranças

trago as mãos cheia de calos

do soco bruto do laço

no golpear de um pealo

Revivo minhas memorias

mangueiras e campo aberto

estancias e gadaria

os cavalos pastando perto

o galpão o fogo grande

o tição ardendo em brasa

os peões desencilhando

na sombra em frente as casas

as estancias eram tamanhas

por léguas de cismarias

tapadas de criação

cavalhada e gadaria

restingas sanga e aguadas

onde a fartura existia

céu anil e terra virgem

que no horizonte se perdia

um matiz de flores e bronze

bordava várzeas e coxilhas

borboletas e as cigarras

bailavam sobre as flechilhas

um sol pampa maragato

tropeava a tarde douradilha

convidando pra um mate novo

jujado com maçanilha

ZECADIVINO
Enviado por ZECADIVINO em 08/03/2021
Reeditado em 27/04/2021
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