MATIZES DA VIDA TERRENA
A vida na terra é cheia de matizes,
As noites são escuras,
Os dias claros,
O Mar de ondas e águas
Azuis, verdes ou barrentas,
Os rios de águas correntes,
Cristalinos ou poluentes,
As missas de crentes,
As guerras de fogo e sangue,
A política de mentiras,
Os amores de juras,
Os desamores de injúrias,
As religiões de fanáticos,
O futebol de faciosos
O cinema de vedetas,
O teatro de actores,
O circo de palhaços,
O povo de marionetes,
A televisão de fantasias,
Os ambiciosos de vigarices,
Os vigaristas de oportunismo,
Os trabalhadores de esperanças,
Os patrões da exploração,
Os casamentos de ilusões,
Os divórcios de desilusões,
As viagens de descobertas,
Os confiscos de maldade,
As prisões de condenados,
As igrejas de fiéis,
As serras das alturas,
Os vales dos sopés,
As florestas das árvores,
Os campos de culturas,
Os vulcões de erupções,
Os terramotos, de protestos da terra,
As tempestades, de desabafos da natureza,
Nesta imensa teia de matizes,
Vive o homem muito confuso,
Não está certo se vive seguro,
Seu temor é de dias infelizes.
Por muitos anos que ele viva,
Há-de viver sempre descrente
Se a vida ainda será vivida,
Com prazer e algo decente.
Ruy Serrano - 21.09.2016