O Mito da Taverna
O olor do vinho rescende até a entranha
O calor da lareira traz o presságio da lua
O caminho da paz está na fala estranha
De um bêbado tropeçando frases cruas.
Não há onomatopeia que traduza prazer
De viver a vida a lutar dentro de caverna
Não há filosofia que consiga nos trazer
À lugar melhor do que o mito da taverna.
Não terei de olhar as sombras da parede
Tampouco direi dos mundos que não vivo
Só sei do hidromel que beberei ao ter sede
Que torna o tímido num ser humano altivo!
Quem precisaria viver entre as realidades?
Surge-se entre as distâncias dos desejos
Alcance farto sendo ébrio ou na sobriedade
Se não achar graça: busque noutros vilarejos!