ESTAMPA CRIOULA
Trazia a coragem crioula
Estampada no semblante
As pupilas delatadas
De bombiar horizontes
Chapéu grande barbicacho
Um tino de domador
Cravos da espora mordendo
Os flecos do tirador
O potro inquieto e arisco
Se esquivando a montaria
O domador se enforquilha
E se solta a fúria bravia
O mango e a espora grande
Vai castigando aos pouquito
Cada lanho um sofrimento
Seguido de um esforço infinito
Na dor que apresilha o corpo
Um gemido sufocado
Mais firme que o destino
O amadrinhador faz o costado
As nazarenas cortadeiras
Diante do espanto animal
Ditam a vontade do homem
No comando do bocal
O sangue morno pitangueia
O corpo suado do bagual
E a espuma rozilha goteja
No verde do pajonal
Depois a entrega destruída
Vem a docilidade baguala
E o canto das nazarenas
Ensanguentadas se cala