A FÚRIA DE ADAMASTOR
Ai...
Poeta insano
Oh, desumano fim!
Ai...
Que dor me impuseste
Que penas na
Tua funesta pena
Ai...
Deuses! Deuses!
Oh, mitos
Que ritos esses
Nesses tormentos
Me prendem?
Ai..
Doem-me as entranhas
Penetradas
Carcomidas
Pelas gotas do AMOR
AMOR entrando
Destruindo
Devastando
Amor do qual
Não morro
Ai... não morro
Condenado eterno
Apelo em vão
No exílio perpétuo
Deste papel insano
Ai...
Poeta insano
Oh, desumano fim
Ai...
Que dor
Me impuseste
Que penas
Na tua funesta pena!
Ai...
Espumas carrascas
Rasgando-me
Roendo-me
Esburacando-me
Ai...
Infeliz azul
Febril visão
Ferindo ferindo ferindo
Rindo rindo rindo
Ai...
Que os céus me engulam
Que os mares se incendeiem
Que os livros se queimem
Que os poetas morram