Fonética

Foi assim que se concretizou o tal do descobrimento.

Os sons de nossa terra com os sons de além mar

Mas foi contando mentiras filosóficas, no entanto

Que jesuítas e conquistadores quiseram nos educar.

Nossos sons, como fonemas não quiseram escutar

Mas nossas terras ricas e belas

Com árvores, flores e pássaros em aquarelas

Quiseram nos levar.

Foi lá pelos idos de 1500, que letra por letra

Numa monumental operação

Perdemos palavras maravilhosas, Pau Brasil, Jequitibá, Aroeira, Araribá,

Que sílaba por sílaba num empirismo sem fim

Tiraram o que era símbolo do nosso coração.

Em monossílabos contestávamos

Em dissílabos reclamávamos

Em trissílabos chorávamos

Mas éramos índios, filhos da terra, nossas palavras inúteis

Nossa resignação em vão, éramos os conquistados

Servíamos apenas como escravos

Na mão de qualquer capitão.

Gritam os reis das florestas, nas tribos guerreiras tupi

Porém, respeito à história na nossa terra querida,

Em oxítonas palavras, apenas nos dias de hoje

Em passeios sem relevância, ás vezes confuso com o trânsito

Foi em nomes de ruas que vi.

Estamos sempre confusos

Com nossa pátria e mestra língua

Porém, na ordem do dia em dígrafos e encontros consonantais

Caboclo, abanheén, cabrocha, itanhaém

Incriminamos a fonética, esquecemos nossas raízes

Pois não sabemos de onde vem.

Lucas de Arcanjo
Enviado por Lucas de Arcanjo em 26/07/2011
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