Mirando uma Luna
Na quinchá do galpão há luna
desponta guardando sonhos,
de sinuelos que se fazem pela
ronda de uma mate.
Ao longe, mirando numa janela
do seu rancho pelas bandas da vila
mira um estrela há luna.
No meio do campo, um galpão
um mateia recoluto em seus pensamentos
sovendo um gosto bueno que
ganhou de pouco na boca.
Num canto um basto,
se debruça sobre um varão,
pingo num canto em silencio
descansa o lombo da lida.
Lida de pastoreio, volteadas campo
afora mas com há alma
bem junta aos seus cariños.
Na polvadeira que se ergue
quando cruzo o rastro da gadaria,
se perdem algum segredo meu.
De tanto cambiar luzeiros
Gastou esporas e caronas,
prá depois num upa ficar
nos olhos de uma morena.
Que guardo mirando há luna.
Que mira longe há mesma luna
que se alarga na moldura de uma
janela de seu rancho.
Que no mate mirando uma luna
só de dois, um sente bem perto
dos braços.
Quando largo no rumo, dos seus olhos
me vou, de tiro assoviando uma
coplinha mansa por o largo do corredor.