Mirando uma Luna

Na quinchá do galpão há luna

desponta guardando sonhos,

de sinuelos que se fazem pela

ronda de uma mate.

Ao longe, mirando numa janela

do seu rancho pelas bandas da vila

mira um estrela há luna.

No meio do campo, um galpão

um mateia recoluto em seus pensamentos

sovendo um gosto bueno que

ganhou de pouco na boca.

Num canto um basto,

se debruça sobre um varão,

pingo num canto em silencio

descansa o lombo da lida.

Lida de pastoreio, volteadas campo

afora mas com há alma

bem junta aos seus cariños.

Na polvadeira que se ergue

quando cruzo o rastro da gadaria,

se perdem algum segredo meu.

De tanto cambiar luzeiros

Gastou esporas e caronas,

prá depois num upa ficar

nos olhos de uma morena.

Que guardo mirando há luna.

Que mira longe há mesma luna

que se alarga na moldura de uma

janela de seu rancho.

Que no mate mirando uma luna

só de dois, um sente bem perto

dos braços.

Quando largo no rumo, dos seus olhos

me vou, de tiro assoviando uma

coplinha mansa por o largo do corredor.

Ginete
Enviado por Ginete em 17/05/2009
Código do texto: T1599728
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