Mirando o corredor
Na espera de um chasque
que pouco se foi, por há mão do guri.
miro há porteira e o corredor
sem movimentos de potros.
Na volteada pelo posto inteiro
sei que já se para em seu olhos,
letras rudes, em coplas de entardecer
sinuelo.
A espera longa, mira há horas,
rele outros chasques que vieram
por meio de suas mãos.
Com as estrelas converso em
silencio pela porta de mate,
pronto na sua espera.
Uma copla que vem pela
boca, que só o pinho vem há saber.
Que nem campo afora esquece
da resposta mirando há porteira
sem o guri cruzar.
Na boca dos potros, e dos fletes buenos,
o governo do freio sob as canas
das rédeas que por vontade ficam
querendo ir no rumo dos teus olhos.
Há espera fica longa, na pressa que
o coração manda.
Pelas lonjuras que se mostram
só há luna testemunha os segredos.
Segredos que por chasque escrito
com jeito atado com tentos nas pontas
pra não abrir no caminho longo
até perto do cruzo do passo.
Vão se mostrando, deixando
a alma mais nua e simples na frente
aos teus jeitos, de flor e copla.
Que de estrelas, mirando pela
boca da noite que vem de longe,
fica na porta com olhos na estrada.
São de esperas que se vive,
mais ainda por quem se gosta.