Mirando o corredor

Na espera de um chasque

que pouco se foi, por há mão do guri.

miro há porteira e o corredor

sem movimentos de potros.

Na volteada pelo posto inteiro

sei que já se para em seu olhos,

letras rudes, em coplas de entardecer

sinuelo.

A espera longa, mira há horas,

rele outros chasques que vieram

por meio de suas mãos.

Com as estrelas converso em

silencio pela porta de mate,

pronto na sua espera.

Uma copla que vem pela

boca, que só o pinho vem há saber.

Que nem campo afora esquece

da resposta mirando há porteira

sem o guri cruzar.

Na boca dos potros, e dos fletes buenos,

o governo do freio sob as canas

das rédeas que por vontade ficam

querendo ir no rumo dos teus olhos.

Há espera fica longa, na pressa que

o coração manda.

Pelas lonjuras que se mostram

só há luna testemunha os segredos.

Segredos que por chasque escrito

com jeito atado com tentos nas pontas

pra não abrir no caminho longo

até perto do cruzo do passo.

Vão se mostrando, deixando

a alma mais nua e simples na frente

aos teus jeitos, de flor e copla.

Que de estrelas, mirando pela

boca da noite que vem de longe,

fica na porta com olhos na estrada.

São de esperas que se vive,

mais ainda por quem se gosta.

Ginete
Enviado por Ginete em 17/05/2009
Código do texto: T1599725
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