Concupiscência

Deu-me um beijo fulmego. Longínquo.

Perpetuou labaredas de glórias nos lábios meus

Como posso renunciar a carne que atrai o desejo pecaminoso?

Tua lascívia conjura escaldo

sob minhas retinas libidinosas

Não há salmo, nem reza, nem pranto

que suporte a tortura daqueles lábios

Se era anjo ou diabo

Perdoe-me, oh Pai: "eu não sei o que faço!".

Anjo decaído. Como uma fera

arrancastes de mim a castidade

Tormento.

Me transformo em instrumento nas tuas mãos

enjaulado no teu fascínio

Deus, por que me abandonaste?

Não há mais fogo que faça queimar a concupiscência.

Sou teu deus.

Sou escravo do teu corpo.

Késia Gomes
Enviado por Késia Gomes em 24/10/2022
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