Concupiscência
Deu-me um beijo fulmego. Longínquo.
Perpetuou labaredas de glórias nos lábios meus
Como posso renunciar a carne que atrai o desejo pecaminoso?
Tua lascívia conjura escaldo
sob minhas retinas libidinosas
Não há salmo, nem reza, nem pranto
que suporte a tortura daqueles lábios
Se era anjo ou diabo
Perdoe-me, oh Pai: "eu não sei o que faço!".
Anjo decaído. Como uma fera
arrancastes de mim a castidade
Tormento.
Me transformo em instrumento nas tuas mãos
enjaulado no teu fascínio
Deus, por que me abandonaste?
Não há mais fogo que faça queimar a concupiscência.
Sou teu deus.
Sou escravo do teu corpo.