Sem-vergonha!
O seu lamber dos beiços
quando me olha os peitos,
me deságua uma gota clara de desejo sem-vergonha.
Há de haver acentos que te agravem as maçãs?
Sem-vergonha!
Só os seus dedos tocam meus segredos.
Nas areias de janeiro,
nas folhagens dos quintais,
ou no lodo da sede que empoeira os lençóis
nos matagais.
Só seus dedos.
Ah se me faltam seus dedos sem-vergonhas!
Tenho até medo.
Sem-vergonha!