Prognóstico
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Prognóstico
Se provoco teus sentidos,
não sei.
Sei que me provocas.
E não me canso
- Olhar não exige pulsações.
Se te inspiro
o afastar da calcinha,
não sei.
Sei que me desnudo.
E não me canso
- Tecidos não pulsam
sozinhos.
Se povoo teus sonhos,
não sei.
Sei que ergo lençóis na madrugada.
E não sossego...
Antes da incontinência.
Se mereço teu pecado,
não sei.
Sei que já mordi os lábios
- a maçã já foi mordida -
e adorei!
Não faço prognósticos,
apenas versos.
Não jogo cartas,
apenas flerto.
Mas se no devaneio
houver centelha de futuro,
cedo ao contradicto
e me prostro, confesso,
no sonho teu.
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