Prognóstico

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Prognóstico

Se provoco teus sentidos,

não sei.

Sei que me provocas.

E não me canso

- Olhar não exige pulsações.

Se te inspiro

o afastar da calcinha,

não sei.

Sei que me desnudo.

E não me canso

- Tecidos não pulsam

sozinhos.

Se povoo teus sonhos,

não sei.

Sei que ergo lençóis na madrugada.

E não sossego...

Antes da incontinência.

Se mereço teu pecado,

não sei.

Sei que já mordi os lábios

- a maçã já foi mordida -

e adorei!

Não faço prognósticos,

apenas versos.

Não jogo cartas,

apenas flerto.

Mas se no devaneio

houver centelha de futuro,

cedo ao contradicto

e me prostro, confesso,

no sonho teu.

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 21/01/2020
Código do texto: T6846706
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