Minha dona
Quero eu ser as noites de inverno.
Invadiria seu quarto, ainda coberto de sono
Pra tomar em minhas mãos o seu fruto em abandono
E levá-lo a meus lábios.
E meus lábios entreabertos, mordiscariam seu pomo
E a língua doce e morna, ao pincelar sua haste,
Convidaria sedenta pra habitar o meu domo
E nele deixar seu mel.
Quero estar contigo sem hora marcada.
Me dou por completo pra você.
Seja minha dona usa sem pudor meu corpo.
Me leve a exaustão do prazer.
Enquanto nos amamos nesse inverno.
ouço o som das corujas noturnas.
A lua ilumina a noite.
Para deslumbrar suas curvas que, são todas minhas.
Mas seu fruto, meu amor, já na minha boca cresce
Minha língua se contorce a sugar todo o volume
Minha flor, bem orvalhada, suplica que se apresse
Desce no canto da boca, um fio de sumo doce
No quarto sumo e orvalho exalam cio-perfume
Flor e fruto se encontram.