Mais um texto sobre nada
Piscando minha boceta e a ansiedade está comendo
Assaltei a geladeira, uma fome de dez homens fugitivos da guerra
Queria ser mordida neste exato momento para que possam me esvaziar um pouco do meu veneno
Expelir até a alma se afogar; nadar no fígado, misturando álcool e pólvora
Queime como as bruxas
Me deseje insanamente
Como eu sinto falta de dormir leve e levitar de tesão
Como era bom ser jovem e burra
A educação, a inteligência, maturidade - seja lá qual xingamento for - é um fardo pesado demais para os inocentes rostos e colunas dos tolos
Ajoelhar para rezar;
Ajoelhar para dar a bênção ao pecado permitindo ele de me devorar
Amassar meus seios em peitos quentes
Sentir minha pele dos beiços umedecer e parar de me cortar
Babar completamente os lábios
Aleluia! Um texto sobre corpos, não os mortos, mas aqueles que só existem pelo único prazer que ainda nos mantêm de joelhos perante a escuridão.
Não seja necrófilo comigo
Toda puta precisa de carinho
Até as prostitutas fazem amor e gozam nas camisinhas furadas
Eu quero sentir alguém esta noite.
Tão podre, tão honestamente, tão surreal, tão universal
Tão intensa e completamente
Combinando meu desempenho sexual com as batidas do meu coração.
Se eu tiver um infarto ou desacelerar o marca-passo, peço que cada compasso seja medido com extremo cuidado porque eu já senti muita dor aqui e se tocar no lugar errado, eu transbordo. E teremos de fato um dilúvio de emoções que faria com que Noé agradecesse por ser um animal morto.