NAQUELA NOITE APETECIAS-ME
NAQUELA NOITE APETECIAS-ME
Esperei-te na penumbra do quarto silenciosamente calado!
No calor escorregadio de cheiro intenso e adocicado
No brilho zombeteiro da lua, que espreitava numa frecha da persiana ansiosamente corrida!
No colo da lua atrevida…
O amor gemia e sussurrava ausente do corpo que esperava
As horas passavam…
Os silêncios gritavam e tu não vinhas…
A cama num morno calor arrefecia…
Os lençóis na quietude da noite adormeciam
Cheirava a solidão e a saudade
Eu mordia a tristeza nas paredes nuas e vazias…
Nessa noite apetecias-me…
Na ausência que manchava as paredes brancas do quarto…
Na penumbra, a noite perdeu-se nas horas vadias…
Desvaneceram os desejos, na boca faminta e sequiosa de beijos.
E eu…escrevia (…) mais umas tristes poesias.
Ausentes de amor e desejos
Lisboa, 10.01.2017
Maria Tecina