Trovão na Tempestade
Umidade refletida no ar quente,
Anúncio de tormenta.
Nenhum movimento meu escolhe a fuga,
Permaneço no agora, na anunciação.
Iluminada sou pelo relâmpago
Precedente do estrondo que me acorda do transe,
É trovão no temporal.
Você está a milímetros da minha cútis,
Incendiando meu ser,
Transcendendo meu espaço em seu domínio.
Refém da promessa de destruição,
Respiro seu hálito, doce entorpecente.
Imploro pelos caminhos que sua boca sabem desvendar,
Sigo seu ritmo dançando em clamor por sua tempestade.
Devastada no êxtase,
Renasço em toques.
Sua invasão floresce meus sentidos,
Liberto-me num mergulho.
Sob a chuva torrencial de seu desejo,
Aprendo a voar.