Requinte
Há dias em que existem um certo tom de azul no céu...
Assim como existe um misterioso dourado no sol
A despontar seus raios, em forma de leque
até reinar absoluto no alto de todas as cabeças...
Há dias em que existe uma primavera intensa
contida nas flores, no pólen e nos pássaros.
E há lá fora um imenso horizonte estendido
e deitado
aguardando que acordemos.
É paradoxal... toda essa natureza
todos esses animais
todo esse silêncio mágico e semântico.
Então eu olho fundo para você
e, me lembro das portas entreabertas,
de escadas do edifício...
das palavras encravadas no peito,
da despedida e, por fim,
num reles bilhete.
Rasguei o bilhete...
fiquei apenas com os fragmentos de palavras,
com os riscos artísticos
de sua caligrafia confusa,
com o cheiro da tinta azul.
E as primaveras que não aconteceram.
E com o sol nascente em minha janela.
E então, o cheiro de café me faz acordar...
subitamente
de um passado que tem o requinte
de se disfarçar de presente.
Pressinto tudo.
E tremo inteira,
é um terremoto e um maremoto simultâneos.
Mas não tenho medo e nem coragem.
Tenho perplexidade.
Igual a criança quando vê pela primeira vez
uma estrela cadente.
E faz em segredo um pedido.
E aguarda a felicidade das pétalas que
se libertam.
Dos pássaros que fogem das gaiolas.
Dos cães que passam a ser vadios.
E, dos gatos que seguem
em cio premente.
E, miam solitários
em busca da parceira.
Há certos dias, que o azul do céu
nos seduz completamente
como a nudez desejada,
das coisas simples.
São requintes sem vaidade.
Há dias em que existem um certo tom de azul no céu...
Assim como existe um misterioso dourado no sol
A despontar seus raios, em forma de leque
até reinar absoluto no alto de todas as cabeças...
Há dias em que existe uma primavera intensa
contida nas flores, no pólen e nos pássaros.
E há lá fora um imenso horizonte estendido
e deitado
aguardando que acordemos.
É paradoxal... toda essa natureza
todos esses animais
todo esse silêncio mágico e semântico.
Então eu olho fundo para você
e, me lembro das portas entreabertas,
de escadas do edifício...
das palavras encravadas no peito,
da despedida e, por fim,
num reles bilhete.
Rasguei o bilhete...
fiquei apenas com os fragmentos de palavras,
com os riscos artísticos
de sua caligrafia confusa,
com o cheiro da tinta azul.
E as primaveras que não aconteceram.
E com o sol nascente em minha janela.
E então, o cheiro de café me faz acordar...
subitamente
de um passado que tem o requinte
de se disfarçar de presente.
Pressinto tudo.
E tremo inteira,
é um terremoto e um maremoto simultâneos.
Mas não tenho medo e nem coragem.
Tenho perplexidade.
Igual a criança quando vê pela primeira vez
uma estrela cadente.
E faz em segredo um pedido.
E aguarda a felicidade das pétalas que
se libertam.
Dos pássaros que fogem das gaiolas.
Dos cães que passam a ser vadios.
E, dos gatos que seguem
em cio premente.
E, miam solitários
em busca da parceira.
Há certos dias, que o azul do céu
nos seduz completamente
como a nudez desejada,
das coisas simples.
São requintes sem vaidade.