quando você tirou o nó da gravata...
eu poderia arriscar, bem arisca e riscar
mas prefiro denunciar a cena:
- não foi arsênico, mas um ar sem o ar
num rarefeito quarto singular -
você desatou o nó dessa gravata
e quando dei por mim, fiquei sem o ar
pensei que fosse desmaiar... relutei
e puxei um pouco de ar...
preferi ligar o ar...
talvez, uma maneira salutar...
(e nem te conto... você me acendeu
até as minhas mãos deslizarem para algum lugar)
foi cena sem cena, foi real,
acho que precisava de quarentena
essa minha cena surreal...
e gravata jogada ali, meio parva
e eu vermelhinha, quente, suada,
querendo desmaiar...
tudo por conta dessa cena de lascar.