Dona Dora
Dora, mantenedora
Da malícia esperta
E da vida incerta
Os males espanta
E aos gaviões encanta.
Tens feito tão sofrido na sua caminhada,
Tanta lástima atrás da boiada
Que mesmo com o cansaço levante
Tua beleza é constante
Ao sabor do luar.
Matas a morte num clique,
No instrumento vital
Fonte de gozo e amor
Contra a infecção viral
Do despudor e sadismo.
Portadora da efervescência
Dos sais provocadores da gestação
Bebe no cálice de ouro
Logradouro
De uma grande paixão.
De cor morena incomparável,
A mistura pouco efêmera corre nas veias
De sangue vermelho e vivaz
E no útero resta o gameta
Que da vida, a minha Deusa lhe traz.
Dora, mãe de Bella
És tão maravilhosa quanto ela
Regozijando a pura vontade de amar
A santa recepção do coração de mãe,
És toda aberta para toda relação,
Para todo tipo de gozar
Da santa paixão.
Muito diferente do resto
Não deixas o tempo levar a beleza
Esta concentrada no teu primeiro fruto
Na primazia genial
Da voz que escuto
E da boca que beijo.
És para mim tão importante quanto,
Meu objeto de contemplação e desejo
Porque algo perfeito
Só pode ser gerido
Por algo tão pleno e santo.