O Beijo
Amantes em total abandono
entregues ao beijo de Rodin...
Talhados em puro desejo,
despertam de infintito sono...
Aquecem qual sol da manhã...
Ainda é tão cedo!
Céu azulado sem dono...
A despedida é vã!
Eternizam-se no beijo...
Majestades no trono
entregues à loucura sã!
Dois corpos, um desejo!
Os corpos esculpidos...
Luzes se esgueiram
como estrelas matutinas!
Poemas traduzidos
para línguas que espreitam
altares e esquinas...
Encontros explícitos:
prazeres nasceram
nas formas e tintas...
Viraram livros
que os amantes escreveram
por trás das cortinas...
Poderia chegar a morte!
O que encontraria?
Reflexo de amor no espelho!
Fundir-se-iam sul e norte
na mesma poesia...
Um só seriam o fogo e o gelo!
E, com alguma sorte,
a morte fugiria
amedrontada pelo beijo!
O amor seria mais forte!
O amor venceria
a morte no seu leito!