O Beijo

Amantes em total abandono

entregues ao beijo de Rodin...

Talhados em puro desejo,

despertam de infintito sono...

Aquecem qual sol da manhã...

Ainda é tão cedo!

Céu azulado sem dono...

A despedida é vã!

Eternizam-se no beijo...

Majestades no trono

entregues à loucura sã!

Dois corpos, um desejo!

Os corpos esculpidos...

Luzes se esgueiram

como estrelas matutinas!

Poemas traduzidos

para línguas que espreitam

altares e esquinas...

Encontros explícitos:

prazeres nasceram

nas formas e tintas...

Viraram livros

que os amantes escreveram

por trás das cortinas...

Poderia chegar a morte!

O que encontraria?

Reflexo de amor no espelho!

Fundir-se-iam sul e norte

na mesma poesia...

Um só seriam o fogo e o gelo!

E, com alguma sorte,

a morte fugiria

amedrontada pelo beijo!

O amor seria mais forte!

O amor venceria

a morte no seu leito!

Ane Rose
Enviado por Ane Rose em 08/05/2013
Código do texto: T4281147
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