CORPO MOLHADO
(Sócrates Di Lima)
Ainda, escura a madrugada,
Acordo com o corpo extenuado,
Sinto minha vontade aflorada,
O corpo queimando e molhado.
Nu dormi,
A espera do corpo dela,
Pois na madrugada senti,
Um louco desejo entrando pela janela.
Senti os braços dela me enlaçando,
Suas mãos me apalpando,
Senti sua boca me beijando,
Senti seus desejos me devorando.
Acordei extasiado,
O coração batia tambor,
O corpo suado,
Senti que ali, havia amor.
Fechei os olhos novamente,
E fui buscar o sonho que me enrigeceu,
Lá encontrei-a intensamente,
Engolindo o corpo meu.
Ensandecida ela me esperava,
Boca aberta minha lingua sugando,
Seu corpo aberto pedia sem hesitação,
Meu beijo selvagem amando.
Ela gritou no primeiro toque,
Quando minhas mão a tocaram,
Seus gemidos de saudade num enfoque,
O amor explodiu e se extenuaram.
E eu selvagem,
Uivava feito lobo no cio,
Nunca intensa viagem,
Gritos de amor como ela nunca ouviu.
E quando acordei percebi,
O corpo em chama e em espasmos,
No quarto seu perfume senti,
Misturados nos lençóis dos nossos retalhos..