LEMBRANÇAS DE ONTEM
O teu lindo corpo, vi nu, sobre a cama,
Daquele estranho e ignoto motel,
Mas nessa hora, quando se ama,
O estranho lugar é o céu.
Aquela deusa oriental derrama
Fontes de águas vivas em meu batel,
Que navegara, absorto, o panorama,
Num deslumbramento do seu troféu.
As tuas marcas que em mim fizera
Como um sinal que marca território,
És dona minha, és minha linda Era,
És tudo em mim, és meu oratório!
Oratório sim! Diante de quem me curvo,
Para te causar mais loucas sensações,
Ajoelhado, com o pensamento turvo,
Eu faço dos gemidos as orações.
Um ato tão sublime, tão profano,
É também coisa mais louca, mais divina,
O sentimento que leva o ser humano,
A esquecer o mundo e sua rotina.
A vida se estende, puxa mais um dia,
Àvida de ter mais oportunidade,
Do gozo, do prazer e da alegria,
De provar mais uma vez da sua bondade.
Mas, claro, amor, os dias nunca são iguais,
Embora o mesmo sol em todos eles brilha,
Quem faz o dia ser gostoso (e mais),
É cada um de nós que faz a sua trilha.
(YEHORAM)