PASSADO PRESENTE

PASSADO PRESENTE

Paro o tempo, protocolo que dá vida,...

Para ouvir os sons dos teus segredos

Para sentir o uivo dos teus medos

Para dormir no teu colo imaculado

E destilar nossos suores em orgasmos.

Beijo-te, o beijo dos famintos

Para calar tua boca desbocada.

Dispo-te, desvendando a tela dos instintos

Oh! Meus olhos de lágrimas açucaradas

Minha calça chora seus espasmos.

Paro o tempo na tua lembrança querida

Para cegar-me do meu corpo estragado

E fazer a leitura de uma juventude abençoada.

Passado que nos ilude no presente

Salientando um futuro atraente.

Paro o tempo nas nossas rugas estampadas

Para cavalgar nas rédeas dos teus cabelos

E sonhar meus sonhos de pesadelos.

Paro o tempo desde que te vi,...

Para morrer,... Dentro de ti.

CHICO DE ARRUDA.