Estranheza?
Arrebento os vasos controladinhos do organismo
Numa espécie de luta sem regras ou aparatos.
Sou o que alguns cientistas poderiam chamar de 'estranha'
Que se exploda o enquadramento de todo sistema
Quero fuder no poema toda luxúria tamanha!
Meto fogo no engenho compulsivo do meu corpo
Que é um chumaço metafísico e indecente,
Que o raio do prazer me faça cambalear mil vezes
E me deixe em ruínas, queimando até cair
Que não me sobre nada, nem os dentes...
Esvaída pelos golpes bestiais de toda força bruta
Que minha profundidade gema até que renasça,
Feito uma Fênix travestida de assombrosa figura
Composta de leite, carne, ossos, diabrura
Feito uma vaca sem vergonha e sem doçura!!!
Arrebento os vasos controladinhos do lirismo pedante
E feito uma puta metida num véu de esperma e ambiguidade
Eu me contorça, vadia e sacana, a um balé ofegante,
E, depois de algumas horas,
Tranquilamente me vista de menina
E animadamente saia pela cidade...
Cristina Jordano
Arrebento os vasos controladinhos do organismo
Numa espécie de luta sem regras ou aparatos.
Sou o que alguns cientistas poderiam chamar de 'estranha'
Que se exploda o enquadramento de todo sistema
Quero fuder no poema toda luxúria tamanha!
Meto fogo no engenho compulsivo do meu corpo
Que é um chumaço metafísico e indecente,
Que o raio do prazer me faça cambalear mil vezes
E me deixe em ruínas, queimando até cair
Que não me sobre nada, nem os dentes...
Esvaída pelos golpes bestiais de toda força bruta
Que minha profundidade gema até que renasça,
Feito uma Fênix travestida de assombrosa figura
Composta de leite, carne, ossos, diabrura
Feito uma vaca sem vergonha e sem doçura!!!
Arrebento os vasos controladinhos do lirismo pedante
E feito uma puta metida num véu de esperma e ambiguidade
Eu me contorça, vadia e sacana, a um balé ofegante,
E, depois de algumas horas,
Tranquilamente me vista de menina
E animadamente saia pela cidade...
Cristina Jordano