Incêndio

Quando sugo esse falo desnorteante
Alcanço num galope vadio
Tanta vertigem no espaço
Tanto inchaço no ato
Tanto estrondo no rito.

Quando estico o corpo no delírio do cio
Comungo orifícios de um tecido esponjoso,
Por ter tantos lados o atrito do beijo
O arrepio lamba fases da carne em pleno transe,
Talvez  por tudo isso
A contração me lance
E o precipício me salve!

Quando lambuzo tua cara com meu grito
Talvez, definitivamente, eu estabeleça minha tara
E reconheça nos teus espasmos
A viagem para algum paraíso...

Quando falo e ardo e gemo no extremo dos meios
Desprendo veios, fundos e líquidos.
Menos que tudo isso
É brincar de acender...

Cristina Jordano
Enviado por Cristina Jordano em 19/02/2012
Código do texto: T3508059
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