Paraoara!

Fechas os olhos.

Já oprime levemente as narinas

Aquele pitiú pesado na pedra.

Vês o rio moreno.

Tua pele é uma pupunha a ser comida com café preto à tardinha.

No rio de tuas veias pororoca um sangue caboclo

Tão forte, tão curupira que transborda a face ribeirinha

Lavada de urucum.

És todo farinha d’água.

És tipití,

És pato-no-tucupí.

És um requebrado de carimbó!

po-po-po-po-po-po-po-po-po

Não. Hoje o sol não mergulha no mar:

Deita-se por trás de Marajó

Harley Dolzane
Enviado por Harley Dolzane em 15/01/2006
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