AVENIDA DOS TRISTES BONSAIS

AVENIDA DOS TRISTES BONSAIS

Avenida de hoje,

Caminho de outrora,

Do agora, do antes e do depois.

De nós dois.

Avenida em respeito,

Ao chefe suicida,

Que tirou sua vida,

Com um tiro no peito,

No barulho do orgulho,

O Vargas, Getúlio...

Alameda do povo,

Travessa da massa,

Que passa,

Às vezes, às pressas,

E atravessa, levando a amizade.

Bulevar onde vejo:

Um caminhão-mascate,

Na esquina parado,

Vendendo tomate.

Rua do abate:

Do frango,

Do porco,

Do gado...

A mais bonita das vias,

De calçadas distantes.

Do brilhante projeto

Que evita,

A vida errante na rua.

Caminho... do colégio da irmã,

Que prepara a criança

Para o amanhã...

Trajeto onde há:

Insólito amigo,

Melhorando o visual,

Esfregando faces...

Um abrigo,

“cantinho cultural”,

O salão do Rodrigo.

Avenida dos ventos, friorentos,

Onde no mês de Setembro,

Há muitos eventos.

Rua das árvores,

Cobrindo suas laterais,

Arbustos sofridos,

Judiados, esquecidos,

Lembrando... tristes bonsais...

Copyright: TIME

Theo Padilha

Theo Padilha
Enviado por Theo Padilha em 06/01/2008
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