AVENIDA DOS TRISTES BONSAIS
AVENIDA DOS TRISTES BONSAIS
Avenida de hoje,
Caminho de outrora,
Do agora, do antes e do depois.
De nós dois.
Avenida em respeito,
Ao chefe suicida,
Que tirou sua vida,
Com um tiro no peito,
No barulho do orgulho,
O Vargas, Getúlio...
Alameda do povo,
Travessa da massa,
Que passa,
Às vezes, às pressas,
E atravessa, levando a amizade.
Bulevar onde vejo:
Um caminhão-mascate,
Na esquina parado,
Vendendo tomate.
Rua do abate:
Do frango,
Do porco,
Do gado...
A mais bonita das vias,
De calçadas distantes.
Do brilhante projeto
Que evita,
A vida errante na rua.
Caminho... do colégio da irmã,
Que prepara a criança
Para o amanhã...
Trajeto onde há:
Insólito amigo,
Melhorando o visual,
Esfregando faces...
Um abrigo,
“cantinho cultural”,
O salão do Rodrigo.
Avenida dos ventos, friorentos,
Onde no mês de Setembro,
Há muitos eventos.
Rua das árvores,
Cobrindo suas laterais,
Arbustos sofridos,
Judiados, esquecidos,
Lembrando... tristes bonsais...
Copyright: TIME
Theo Padilha