MANDAGUARI
Até onde vai, Mandaguari?
Já esteve muito longe
Foi até as barrancas
do rio Paraná
Acompanhou o Ivaí
Foi dona do Pirapó.
Lugar de muitos rios
Rochedo, Keller, Caitu
Dourados, Alegre e Araçu.
Antigo patrimônio
Com nome de Lord, Lovat
Tornou-se rio e abelha
Mandaguari, dos cafezais
Do relevo dissecado
E muitas coisas mais.
Dos caminhos
e dos embornais.
Mandaguari, do progresso
Do cinema lotado
Da estação de trem
Terra de avião,
nos anos cinquenta
E um esquadrão
No futebol de sessenta.
Mandaguari, dos artistas
Dos atletas e bicicletas
Da juventude animada
Das lambrettas
Depois, monaretas
Do rádio e da molecada
Do forno caipira
Da água de poço.
Mandaguari, das histórias
Lendas do cotidiano
Da praça e da avenida
Das estradas rurais
Da felicidade do Alegre
E da Vitória querida
Da caverna do Cambota
Das vendas que tinham de tudo
De secos e molhados.
Mandaguari, das crianças
Do brincar na roça
Nas ruas de terra
No esconde-esconde da cidade
Festas a cada mês
Do circo e da Folia de reis
E das bolas de gude,
Dos carrinhos de rolimã
Das pipas e papagaios.
Mandaguari, não vai
Sair de onde está
Estará sempre perto
Na nossa memória
Onde quer que estejamos
Essa terra vai conosco
Mandaguari de todos nós.