MANDAGUARI

Até onde vai, Mandaguari?

Já esteve muito longe

Foi até as barrancas

do rio Paraná

Acompanhou o Ivaí

Foi dona do Pirapó.

Lugar de muitos rios

Rochedo, Keller, Caitu

Dourados, Alegre e Araçu.

Antigo patrimônio

Com nome de Lord, Lovat

Tornou-se rio e abelha

Mandaguari, dos cafezais

Do relevo dissecado

E muitas coisas mais.

Dos caminhos

e dos embornais.

Mandaguari, do progresso

Do cinema lotado

Da estação de trem

Terra de avião,

nos anos cinquenta

E um esquadrão

No futebol de sessenta.

Mandaguari, dos artistas

Dos atletas e bicicletas

Da juventude animada

Das lambrettas

Depois, monaretas

Do rádio e da molecada

Do forno caipira

Da água de poço.

Mandaguari, das histórias

Lendas do cotidiano

Da praça e da avenida

Das estradas rurais

Da felicidade do Alegre

E da Vitória querida

Da caverna do Cambota

Das vendas que tinham de tudo

De secos e molhados.

Mandaguari, das crianças

Do brincar na roça

Nas ruas de terra

No esconde-esconde da cidade

Festas a cada mês

Do circo e da Folia de reis

E das bolas de gude,

Dos carrinhos de rolimã

Das pipas e papagaios.

Mandaguari, não vai

Sair de onde está

Estará sempre perto

Na nossa memória

Onde quer que estejamos

Essa terra vai conosco

Mandaguari de todos nós.

Sergio Fajardo
Enviado por Sergio Fajardo em 09/09/2020
Reeditado em 09/09/2020
Código do texto: T7059174
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.