A sabedoria do matuto

Já se viu falar seu moço,

Inda que em tempo antigo

De situação vê à essa

Que de pareio o mundo é atingido?

Não sô dotô diplomado

O que sei foi colhido na lida;

Não tome isso como agravo,

Mas é o cabra que escolhe a sina.

A vida proseia co' a gente

Usa sempre linguagem propícia,

Cada ato é cobrado somente,

E um por um paga o preço que arrisca.

O mundo se faz foice afiada,

Se o egoísmo abre n'alma ferida;

O inocente paga a empreitada,

Contra o amor toda guerra é perdida.

Pense e me diga, seu moço,

Se quem diz como tocar o gado;

Teve a carne rasgada inté o osso,

Já semeou e puxou um arado?

Tem no lombo a marca da canga,

O poderoso que se diz tão ladino?

É tanto abuso que a vida se zanga;

O lamento é o soldo do desatino.

A menos que o cabra danado,

Tome tento e busque a mudança,

O mundo será chicoteado;

Sem freio e sem esperança.

Pode inté dizê, seu moço,

Que cada cabeça é um mundo;

Mas não esqueça o endosso:

O mundo é um só, pra todo mundo.

Vá simbora, busque o teu rumo,

Que as estrela já alumiam os céus

Estique este dedo de prosa,

Campiando os dedos de Deus.

Preciosa interação do poeta Jacó Filho.

Quando Deus dá ao matuto,

O poder de ver além,

Também mostra donde vem,

As causas do nosso luto.

Linda interação da poetisa Martha Maria.

Quando o lamento é grande

O sol tá castigando

Assim aquele moço trabalhador

Não perde esperança de uma mudança.

Interação especial da poetisa Norma.

CADA UM TEM SEU DESTINO

NESSA PELEJA DE VIDA

MUITOS EM SEU DESATINO

OUTROS EM VIA TÃO SORTIDA.

Gi Luz
Enviado por Gi Luz em 25/03/2020
Reeditado em 30/03/2020
Código do texto: T6896951
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